Amazon não garante que não usou dados de vendedores para vantagem indevida

A dupla negativa na manchete é necessária: em depoimento na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta quarta-feira (29), o CEO da Amazon, Jeff Bezos, não conseguiu refutar as acusações de que sua empresa se aproveitaria de dados de vendedores para obter vantagens indevidas. À representante Pramila Jayapal, ele diz não poder garantir que as políticas da loja nunca foram violadas.

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Jeff Bezos, CEO da Amazon, em depoimento ao congresso

A declaração de Bezos é mais um capítulo da audiência do congresso americano, que analisa o poder das gigantes de tecnologia no mercado como um todo. No caso da Amazon, uma das polêmicas gira em torno de produtos próprios, como os cabos, baterias, mochilas e até colchões que carregam a marca AmazonBasics. Esses produtos são conhecidos por serem mais baratos que equivalentes de outras marcas.

Em abril, o Wall Street Journal apurou que funcionários da Amazon estariam utilizando dados de vendedores independentes no site da companhia para saber quais produtos garantiriam mais lucro. A informação foi confirmada por 20 ex-funcionários e um funcionário da companhia. Além de oferecer vantagem indevida, a prática viola as próprias políticas da Amazon.

Quando questionado pela representante Pramila Jayapal se a Amazon “já acessou e usou dados de vendedores para tomar decisões de negócio”, o CEO reforçou que as políticas da Amazon proíbem esse tipo de conduta, mas disse que não poderia responder à pergunta com um “sim” ou “não. O executivo não deu nenhuma garantia de que funcionários não praticaram o ato.

“Não posso garantir que essa política nunca tenha sido violada. Continuamos analisando isso com muito cuidado. Eu ainda não estou convencido de chegamos ao fundo e continuaremos analisando isso. Não é tão fácil quanto você imagina, porque algumas das fontes da matéria são anônimas”, diz Bezos.

Jayapal diz que a comissão entrevistou funcionários que dizem que “as brechas normalmente ocorrem”. Além disso, a representante acusou a Amazon de ser injusta com vendedores parceiros. “Assim, você pode definir as regras do jogo para seus concorrentes, mas não seguir essas mesmas regras por conta própria”, afirmou a congressista ao CEO.

Amazon teria enfraquecido concorrente antes de comprá-la

Os congressistas expuseram um e-mail interno da Amazon, enviado pelo executivo Doug Herrington, que revelava os planos da empresa para enfraquecer um concorrente. Na mensagem, Herrington confirmava que a Amazon já havia iniciado um plano para prejudicar a diapers.com, uma loja online de produtos para bebês de propriedade da americana Quidsi.

Amazon.com / caso diapers.com

No e-mail, o executivo dizia que a Quidsi era a concorrente número um da Amazon no curto prazo. “Temos que igualar os preços desses caras, não importa o custo”, afirmava Herrington. O plano consistia em enfraquecer a diapers.com para prejudicar os planos de crescimento da soap.com, outra loja da Quidsi. A Quidsi acabou sendo comprada pela Amazon em 2010 por US$ 545 milhões.

Documentos mostrados pela representante Mary Gay Scanlon apontavam que a Amazon estaria disposta a perder US$ 200 milhões por mês só no caso diapers.com. Depois que a concorrente fosse eliminada, os preços seriam aumentados, um típico caso de concorrência predatória.

À congressista, Bezos disse que não lembrava mais do caso.

Amazon não garante que não usou dados de vendedores para vantagem indevida




Fonte: https://tecnoblog.net/355855/amazon-nao-garante-que-nao-usou-dados-de-vendedores-para-vantagem-indevida/
Amazon não garante que não usou dados de vendedores para vantagem indevida Amazon não garante que não usou dados de vendedores para vantagem indevida Reviewed by MeuSPY on julho 30, 2020 Rating: 5

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