Polícia usa Cellebrite para resgatar provas apagadas de celular no caso Henry Borel

A empresa israelense Cellebrite ganhou os holofotes há alguns anos quando colaborou com o FBI para invadir o iPhone 5c do terrorista que realizou o atentado de San Bernardino nos EUA. Ela voltou a chamar a atenção nesta semana: seu software foi utilizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para obter mensagens apagadas de celulares, dentro da investigação sobre a morte do menino Henry Borel.

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Henry Borel, morto em março (Imagem: Reprodução)

Henry Borel, morto em março (Imagem: Reprodução)

Cellebrite ajudou no caso Henry Borel

A mãe do garoto, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador e médico Dr. Jairinho, foram presos nesta quinta-feira (8). Henry Borel tinha 4 anos quando morreu na madrugada de 8 de março, no quarto do apartamento onde morava com a família.

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) mostra que o corpo tinha escoriações no nariz, hematomas no punho e abdômen, lesões hemorrágicas na cabeça e rompimento do fígado.

“Hoje temos todos os elementos probatórios e podemos sim afirmar que temos provas que essa criança foi assassinada e não foi vítima de um acidente doméstico”, disse o delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), segundo o G1.

O delegado afirma que, nessa investigação, “o Cellebrite foi uma prova técnica essencial, muito forte”. O software permitiu recuperar prints de conversas via WhatsApp entre Monique e a babá; a mãe havia apagado as imagens do celular.

Prints de WhatsApp recuperados pela polícia haviam sido apagados (Imagem: Reprodução)

Prints de WhatsApp recuperados pela polícia haviam sido apagados (Imagem: Reprodução)

“Nós encontramos no celular da mãe prints de conversa que foram uma prova extremamente relevante”, explica Lopes. “Era uma conversa entre a mãe e a babá que revelava uma rotina de violência que o Henry sofria. A babá relata que Henry contou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou.”

Segundo a colunista Berenice Seara, do jornal Extra, a Secretaria da Polícia Civil adquiriu o Cellebrite em 31 de março, quando o governador Cláudio Castro liberou a verba para tanto. Os celulares de Monique e do Dr. Jairinho haviam sido apreendidos no dia 26.

Ela afirma que poucos departamentos de perícia criminal têm acesso a dispositivos da Cellebrite no Brasil; no RJ, só o Ministério Público tinha um. Essa tecnologia para invadir celulares foi utilizada durante a Operação Lava-Jato.

O que é Cellebrite Premium?

Em seu site oficial, disponível também em português, a Cellebrite vende um produto que garante “acesso premium a todos os dispositivos iOS e Android de última geração”, capaz de desbloquear celulares e extrair informações.

O Cellebrite Premium promete recuperar a senha de iPhones e iPads, fazer o desbloqueio e extrair todas as informações do sistema. O mesmo seria possível em dispositivos Android.

Cellebrite Premium (Imagem: Reprodução)

Cellebrite Premium (Imagem: Reprodução)

Em um documento (PDF) publicado em julho de 2020, a empresa diz que seus métodos são compatíveis com o iPhone 4S até o iPhone X, além de vários modelos do iPad, incluindo Mini, Air e Pro. A lista – que pode ser expandida com o tempo – inclui também o Samsung Galaxy S7 até o S10, e menciona outras marcas como Motorola, Xiaomi e Sony.

Entre os “benefícios” listados pela Cellebrite, temos:

  • descobrir senhas de desbloqueio do celular, seja por força bruta ou por outros métodos;
  • extrair dados de espaço “em branco” no armazenamento para recuperar arquivos apagados;
  • driblar criptografia do backup do iTunes (no caso do iPhone e iPad);
  • obter acesso a senhas salvas no iCloud Keychain do iOS e a arquivos na Secure Folder do Samsung Knox;
  • acessar logs de sistema e de aplicativos;
  • recuperar dados de apps de terceiros, como WhatsApp, Telegram, Facebook e vários outros.

A Cellebrite, é claro, não entra em detalhes sobre os métodos para contornar as proteções de segurança do iOS e Android. No entanto, sabe-se que ela aproveita falhas de segurança não-corrigidas a fim de realizar a invasão.

Há também o espelhamento de NAND: aqui, a memória flash do celular é copiada para outro dispositivo – tal como um backup – a fim de permitir ataques de força bruta. Basicamente, a Cellebrite faz diversas tentativas para adivinhar a senha do dispositivo; se houver algum bloqueio do sistema, a empresa reescreve a memória do celular com o backup e tenta de novo.

Em 2016, o FBI pressionou a Apple para criar um backdoor que permitisse desbloquear um iPhone 5c usado por Syed Farook, responsável pelo atentado de San Bernardino junto à esposa. A empresa se recusou porque isso “abriria um precedente perigoso”. Os agentes recorreram à Cellebrite e conseguiram extrair dados do aparelho.

Em 2020, o dispositivo GrayKey – da startup americana Grayshift – foi capaz de desbloquear um iPhone 11 Pro Max sem ajuda da Apple. Isso fez parte de uma investigação do FBI a Baris Ali Koch, acusado de tentar ajudar o irmão a fugir dos EUA.

Polícia usa Cellebrite para resgatar provas apagadas de celular no caso Henry Borel


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Fonte: https://tecnoblog.net/429734/policia-usa-cellebrite-para-resgatar-provas-apagadas-de-celular-no-caso-henry-borel/
Polícia usa Cellebrite para resgatar provas apagadas de celular no caso Henry Borel Polícia usa Cellebrite para resgatar provas apagadas de celular no caso Henry Borel Reviewed by MeuSPY on abril 08, 2021 Rating: 5

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